Origem do Tarô
A origem do tarô permanece obscura, apesar das extensas pesquisas e das inúmeras teorias que vêm sendo desenvolvidas ao longo dos anos. Existe de fato uma confusão sobre o que é de fato a consulta de tarot e a vidência!
O Tarô que veio do Egito
Em 1781, Court de Gebelin escrevia o volume I de Le Monde Primitif, onde apresentou argumentos sobre a origem do tarô ter se dado no Egito. De acordo com Gebelin, após examinar as cartas numa visita a uma condessa, em quinze minutos pôde perceber a origem egípcia do tarô. Chegou a conclusão de que a palavra “tarô” derivava da combinação de ‘tar’, que significa caminho ou estrada e ‘ro’, que significava rei ou real, tendo a palavra o significado de “estrada real da vida”.
Gebelin associou os quatro naipes às quatro classes: a espada representava os soberanos e a nobreza militar, o bastão ou clava de Hércules representava a agricultura, a taça representava a classe sacerdotal e a moeda representava o comércio.
Ele acreditava que os egípcios estavam próximos a Roma e deram aos romanos o seu Culto de Ísis, seus cerimoniais e o jogo referente a eles. Esse jogo ficou limitado a Itália até a época que essa se uniu a Alemanha. Dessa forma, com a união dos condes de Provença com a Itália e a estada da corte de Roma em Avignon foi o que introduziu o jogo de tarot nessas duas localidades.
Com essa lógica, Gebelin produziu sua teoria a respeito do Tarô e conseguiu o mérito de despertar a curiosidade dos ocultistas, que passaram a buscar nele mais do que um “passatempo” ou “cartas divinatórias”.
O Tarô que veio dos Hebreus
Eliphas Levi, codinome de Alphonse Louis Constant, percebeu as semelhanças entre a Cabala e o tarô.
Formulou então a teoria que o tarô seria, na realidade, uma versão pictórica da Cabala. Porém, não existe absolutamente nenhuma referência ao tarô, ou qualquer jogo parecido, em todos os escritos sobre o assunto.
O Tarô que não se sabe de onde veio
Egípcio, Hebreu, indiano, chinês, coreano, cigano, mouros ou o divertimento de um rei melancólico?
A teoria de que Gebelin havia decifrado os hieróglifos egípcios, descobrindo o significado da palavra tarô foi derrubada quando Jean-François Champollion (1790-1832) decifrou os hieróglifos através da Pedra de Roseta.
Champollion publicou em 1822 a relação legítima do alfabeto egípcio e seus fonemas. Após sua morte, foi publicado, em 1835, um trabalho no qual desvendava toda a gramática e literatura egípcia jamais revelada em toda a história desde o seu desaparecimento na Era Copta. Descobriu-se que tudo o que Gebelin escrevera a respeito da codificação dos hieróglifos egípcios estava errado. Nem mesmo existe a palavra tarô na língua egípcia.
Inúmeras teorias têm sido formuladas e até hoje, nenhuma foi comprovada.
Gertrude Moakley aventou a hipótese de que o tarô era resultado de adaptações das ilustrações do livro de sonetos Il Trionfi (que significa “Os Triunfos” ou “Os Trunfos”) que Francesco Petrarca fez
para Laura. Nos sonetos, cada série de personagens alegóricos combate e vence o seu predecessor.
Trunfos eram os nomes dados aos 22 arcanos maiores, a palavra Arcano somente passou a ser utilizada por volta de 1850.
Correlações – O Tarô e outros sistemas
Com todo mistério que envolve a origem do Tarô uma série de possíveis uniões com outros sistemas foi sendo arquitetada. Veremos agora de maneira simplificada, apenas para que se tome conhecimento de sua existência e lógica.
O Tarô e a Cabala
O primeiro a ligar o Tarô com a Cabala foi Eliphas Levi (codinome de Alphonse Louis Constant). É importante notar que existem reais semelhanças entre os dois sistemas, embora eles não se ajustem perfeitamente quando o tema é estudado com profundidade. Os defensores dessa ligação apontam as seguintes “coincidências”:
– O Alfabeto Hebraico possui 22 letras, que estão relacionadas com os caminhos da Árvore da vida e a cada uma são atribuídos significados simbólicos, assim como o tarô possui 22 Arcanos Maiores.
– A Cabala se aprofunda nas quatro letras do nome impronunciável de Deus, YHVH. Elas representam osquatro mundos da criação, os quatro elementos básicos da ciência medieval (água, fogo, ar e terra), etc. Já o tarô possui quatro naipes e quatro figuras da corte.
– Dez shephiroth (estágios de emanação) – em cada uma das quatro Árvores da Vida. No tarô, os Arcanos menores possuem cartas numeradas de 1 a 10.
O Estudo da Cabala demanda muito tempo e dedicação, sendo imprescindível que aquele que se interessar pela união dos sistemas saiba ambos profundamente para que deles possa tirar o melhor proveito, sem confundi-los e confundir-se.
Tanto a Cabala quanto o Tarô são completos em si mesmos e não necessitam de complementos. Efetuar essa ligação é uma opção, de forma alguma uma necessidade.
O Tarô e a Astrologia
Inúmeros estudiosos da Astrologia que se interessaram pelo Tarô procuraram influências astrológicas nos Arcanos, para aprofundar seu significado. Um exemplo de tarô que utiliza a astrologia é o de Toth. Além disso, um método de tiragem muito utilizado é a Mandala Astrológica, que consiste em colocar em cada casa zodiacal um Arcano e baseado em seus significados estabelecer a interpretação.
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