Tarot – Como surgiu?

Tarot e sua origem histórica

Visconti-Sforza Tarot
Visconti-Sforza Tarot

O Tarot e como surgiu, a sua origem efetiva, isso já foi abordado em outros artigos, contudo, vamos compreender melhor uma das principais possibilidades sobre sua origem histórica.

A teoria mais estudada e aceita atualmente está relacionado à origem italiana das cartas do tarot.

As cartas de tarô italianas eram diferentes dos baralhos de cartas comuns da época, pois passaram a incluir os Arcanos Maiores, que são as cartas que seriam posteriormente utilizadas para fins divinatórios no tarô moderno.

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Algumas fontes históricas importantes para estudar essa teoria incluem obras de historiadores do tarô italiano, como Michael Dummett e Giordano Berti, bem como estudos sobre a cultura e a história italiana do século XV, que serão detalhados adiante.

A teoria da origem italiana do tarô é uma das perspectivas mais amplamente aceitas na comunidade acadêmica e de estudiosos do tarô.

De acordo com essa teoria, o tarô teve sua origem na Itália no século XV como um conjunto de cartas de jogar chamado “Tarocchi” ou “Tarocco”.

O Tarocchi era composto por 78 cartas, sendo 22 cartas chamadas de Arcanos Maiores como mencionado anteriormente e das 56 cartas chamadas de Arcanos Menores.

Tarot Italiano e seus simbolismos

O tarô italiano do século XV apresentava imagens ricamente ilustradas que retratam cenas mitológicas, alegóricas e religiosas, bem como figuras da corte italiana da época.

Os jogos de cartas já eram populares na Itália do século XV, e acredita-se que os baralhos de tarô tenham evoluído a partir desses jogos de cartas pré-existentes.

A análise das relações entre a nobreza italiana e o uso de cartas de tarô fornece várias pistas sobre a origem e o desenvolvimento do tarô italiano.

As cartas de tarô na Itália renascentista eram usadas para jogos lúdicos, para diversão, enquanto a utilização do tarô para fins divinatórios tenha vindo a se desenvolver muito mais tarde na história do tarô.

Desse modo, as teorias sugerem que o tarô italiano foi criado para a nobreza e que tinha um propósito mais artístico e educativo do que divinatório.

Tarô Italiano – Fontes Históricas

Dentre as fontes literárias que referem a origem italiana do tarô, destacam-se os trabalhos de historiadores renomados do tarô, como Michael Dummett e Giordano Berti.

“The Visconti-Sforza Tarot Cards” de Michael Dummett e “I Tarocchi Visconti-Sforza: Storia Iconografica” de Giordano Berti são duas obras amplamente citadas na literatura especializada.

Esses estudiosos pesquisaram os primeiros baralhos de tarô italianos, como o Tarocchi Visconti-Sforza, um dos baralhos mais antigos e bem preservados do século XV. Com isso, foram capazes de apresentar análises ricas e detalhadas sobre a iconografia, a simbologia e a história do tarô italiano.

Além do Tarocchi Visconti-Sforza, existem outros baralhos antigos que foram adequadamente preservados também, como o Tarocchi di Mantegna, o Minchiate Fiorentine e o Tarocchino Bolognese, entre outros.

Todos esses baralhos fornecem evidências importantes sobre a iconografia, a simbologia e a estrutura do tarô italiano primitivo.

Além dos baralhos de tarô, o contexto sociológico e cultural da Itália do século XV também é relevante para entender a origem italiana do tarô.

Naquela época, a Itália era um importante centro cultural, artístico e econômico na Europa, com cidades-estado prósperas e uma sociedade aristocrática sofisticada.

O desenvolvimento do tarô italiano foi influenciado por esses fatores culturais, assim como, pela iconografia religiosa e mitológica da época, e ainda, pela popularidade dos jogos de cartas e sobretudo, pela influência da nobreza italiana.

Tarô Italiano – Contexto histórico e cultural

Algumas outras fontes de literatura são importantes para o estudo da origem italiana do tarô, entre elas: livros de história da arte, estudos sobre a cultura e a sociedade italiana do século XV, bem como obras que abordam a evolução dos jogos de cartas na Europa medieval e renascentista, etc.

Ou seja, para fins de pesquisa, é fundamental ir além apenas das fontes literárias específicas sobre o tarô italiano.

É necessário consultar outras referências históricas, como registros de documentos e registros oficiais da época, diários e correspondências de personalidades importantes.

Buscar também por outras fontes primárias e secundárias que possam fornecer informações adicionais sobre a origem e a evolução do tarô na Itália.

Tarot Visconti-Sforza – Curiosidades Históricas

Os Visconti e os Sforza eram duas poderosas famílias nobres da Itália que tiveram um papel significativo na história do tarô.

Os Visconti foram uma família nobre italiana que governou a cidade de Milão e seus territórios circundantes durante o século XIV e o início do século XV.

Eles eram conhecidos por seu mecenato artístico e patrocinaram artistas, incluindo pintores e gravadores, que produziram obras de arte notáveis, incluindo baralhos de tarô, como o Tarocchi Visconti-Sforza, que é considerado um dos baralhos de tarô mais antigos e famosos.

Os Sforza, por sua vez, foram uma família nobre que sucedeu os Visconti como governantes de Milão na segunda metade do século XV.

Eles também foram patronos das artes e continuaram a apoiar a produção de baralhos de tarô, incluindo o Tarocchi Sforza, que é um dos exemplos mais importante de baralho de tarô italiano antigo.

Os baralhos de tarô produzidos pelos Visconti e Sforza são conhecidos por sua beleza artística e detalhes requintados, e são considerados importantes marcos históricos na evolução do tarô.

Eles têm sido objeto de estudo e análise por parte de estudiosos e entusiastas do tarô, e muitos baralhos modernos ainda são baseados nesses designs clássicos.

O mecenato artístico era uma característica da sociedade renascentista que buscava “restaurar” a cultura da antiguidade clássica, mas também, fonte de reconhecimento do status e poder das famílias poderosas daquele período.

Imaginar que o renascimento foi um período onde “valores superiores” buscavam superar os valores idade média é um erro, pois o que moveu a sociedade em direção ao renascimento foi na realidade a subjugação dos valores medievais e da cosmovisão Cristã.

Em um primeiro momento, alguns valores da cosmovisão Cristã são preservados durante o período do renascimento.

Isso pode ser observado refletido nas obras de arte.

Contudo, gradualmente, com o passar dos séculos, observa-se que os novos valores, como o liberalismo por exemplo, foram sendo implementados, levando a degeneração da arte e da cultura, como podemos aferir as consequências nos tempos atuais.

A nobreza dessa época já não possuía a nobreza essencial, que é a nobreza do caráter, como postulavam os Gregos da antiguidade clássica, com sua visão de da pólis, da busca da sabedoria por meio da filosofia, etc, elementos que foram aprimorados por meio da Igreja nos séculos posteriores, tendo seu ápice na filosofia escolástica, sobretudo com Santo Tomás de Aquino.

Com a prosperidade que a Idade Média proporcionou para a Europa, logo que os pequenos burgos cresceram, o abandono dos ideais Cristãos começaram a se dar.

Em consequência da vaidade dessa classe que ascendia financeiramente, logo buscaram meios estabelecerem-se no poder.

Para isso, precisariam destruir a Igreja e as monarquias.

A Revolução Francesa é uma das consequências desse movimento originado naquele período, com a matança generalizada que se deu sob o pretenso escopo da ‘liberdade, igualdade e fraternidade’, assim como, todas as mortes que se deram desde então como consequência dessa perda dos valores que fundamentaram a civilização ocidental.

Ou seja, imaginar que o Renascimento foi um momento de revigoramento humanístico e dos valores da antiguidade clássica é uma falácia.

O Renascimento foi apenas o início da luta pelo poder de classes que ascenderam financeiramente porém, não intelctual e espiritualmente (como ainda vemos atualmente).

E essa luta pelo poder se faz presente na história da origem do tarô na Itália.

Tarot Visconti-Sforza – Luta e Poder

Como se deu a sucessão da família Visconti pela família Sforza?

A sucessão da família Visconti pela família Sforza ocorreu em Milão, na região da Lombardia, na Itália, durante o século XV.

Aqui está um resumo dos principais eventos que levaram à sucessão:

Morte de Filippo Maria Visconti: Filippo Maria Visconti foi o último membro da linhagem principal da família Visconti a governar Milão. Ele morreu em 13 de agosto de 1447, deixando o trono de Milão vago.

Disputas de sucessão: Após a morte de Filippo Maria Visconti, várias facções italianas, incluindo os Sforza, começaram a lutar pelo controle de Milão. Houve várias disputas e conflitos entre as facções, com diferentes interesses políticos e militares em jogo.

Casamento de Francesco Sforza com Bianca Maria Visconti: Francesco Sforza era um condottiero (comandante militar contratado) que tinha servido sob o comando de Filippo Maria Visconti. Ele aproveitou a oportunidade para se casar com Bianca Maria Visconti, filha de Filippo Maria Visconti, em 24 de outubro de 1441. Esse casamento o colocou em uma posição favorável na disputa pela sucessão em Milão.

Ascensão de Francesco Sforza ao poder: Com o apoio de seus aliados e seu casamento estratégico com Bianca Maria Visconti, Francesco Sforza conseguiu capturar Milão em 25 de março de 1450 e assumir o controle do ducado.

Estabelecimento da dinastia Sforza: A partir daí, Francesco Sforza fundou a dinastia Sforza, que governou Milão por várias gerações. Seu filho, Galeazzo Maria Sforza, sucedeu-o e foi seguido por seu neto, Ludovico Sforza, que também foi conhecido como Ludovico, o Mouro. Ludovico Sforza foi um patrono das artes e é conhecido por seu apoio à produção de baralhos de tarô, como o Tarocchi Sforza, que mencionamos em respostas anteriores.

Assim, a sucessão da família Visconti pela família Sforza em Milão foi resultado de uma série de eventos históricos, incluindo casamentos estratégicos, conflitos políticos e militares, e a ascensão de Francesco Sforza ao poder como o novo governante de Milão.

Em suma, nada de novo e que não vejamos nos tempos modernos…

O Tarot e a arte

A Itália renascentista era conhecida por seu florescimento cultural e artístico, com muitos artistas talentosos produzindo obras de arte, incluindo pinturas e esculturas, para a nobreza e a classe alta.

A nobreza italiana do século XV era conhecida por seu patrocínio às artes e sua participação em atividades culturais, incluindo-se nisso as reuniões sociais e o uso de cartas de jogar.

Desse modo, o século XV na Itália, que foi uma época de intensa atividade artística, teve inúmeros artistas e pintores renomados produzindo obras de arte que acabariam por influenciar a iconografia do tarô italiano, certamente, utilizando dessa mesma criatividade artística e aplicado-a na produção dos baralhos de tarot, considerados objetos de luxo e status.

Artistas como Leonardo da Vinci, Michelangelo e Rafael estavam ativos na Itália durante esse período.

Essa influência artística de algum modo foi fonte de inspiração no estilo das representação das figuras mitológicas, alegóricas e religiosas nas cartas de tarô, com sua rica simbologia e alegoria, com as cartas representando arquétipos, figuras mitológicas, virtudes e vícios, entre outros temas.

Esses elementos inspiracionais dos artistas do período para a criação do tarô podem ter sido influenciados também pelas crenças e filosofias da época, incluindo no pensamento renascentista, a alquimia, a astrologia e a Cabala, que já eram populares na Itália do século XV.

Desse modo, é sempre importante ter em mente o cenário cultural e artístico da Itália no período da renascença, procurar entender o tarô a partir de estudos antropológicos, sociológicos, teológicos, etc.

Compreender a cosmovisão do homem europeu neste período e de que modo essa visão de mundo influenciou o desenvolvimento artístico do tarô.

Esta é a única maneira de assegurar uma leitura correta e objetiva das cartas do tarô é compreender com clareza o simbolismo das cartas.

Por fim, é necessário ressaltar que a pesquisa acadêmica sobre a origem do tarô está em constante evolução, novas descobertas e interpretações podem surgir à medida que mais pesquisas são realizadas.

Portanto, é sempre recomendável consultar fontes atualizadas e confiáveis ao estudar a origem do tarô.

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